Poupança   ::  14 Fevereiro 2019

Renegociação de dívida e crédito consolidado

Dê um rumo às suas dívidas

É mais fácil do que imagina reduzir os encargos mensais com dívidas contraídas. Seja pela alteração das condições contratuais ou pela consolidação dos seus créditos, pode ver a sua fatura mensal baixar muito e a sua tranquilidade aumentar ainda mais.
Perder o controle sobre os gastos fixos é algo comum entre as famílias. Com um custo de vida alto e salários que não acompanham a tendência é fácil entrar em situação deficitária.
Comprar casa ou carro são alguns dos maiores encargos com créditos. A estes somam-se outros créditos pontuais como prestações de cartões de crédito, aquisição de tecnologia (computadores, telefones e afins), cursos, saúde ou outras despesas. É o temido sobre-endividamento das famílias. E como fazer face a ele quando aparecem situações imprevistas como por exemplo a perda do emprego ou a inesperada redução dos rendimentos mensais?

A primeira coisa é adotar uma atitude realista.
Em relação ao presente cortar em tudo o que não é essencial. Quanto aos compromissos anteriormente assumidos o melhor é encarar o problema de frente e o mais cedo possível. Custa aceitar os rendimentos a diminuírem, mas pior ainda é não ter como pagar as contas ao fim do mês e recorrer a soluções pouco eficientes, como por exemplo, pagar dívidas de um cartão de crédito com outro, porque os juros são sempre bastante altos. Em casos como estes pode haver soluções bem mais vantajosas.

A primeira coisa a fazer é identificar os créditos que contraiu e em que condições: quais as taxas de juro aplicáveis, a sua duração e outras condições associadas. Depois poderá dirigir-se ao seu banco e em conjunto encontrarem uma solução, por exemplo, aumentando os prazos e baixando as suas prestações mensais, ainda que se prolonguem por mais tempo, mas pelo menos no imediato consegue algum desafogo financeiro. Alguns desses créditos poderão ter também seguros associados que cobrem situações como doença, desemprego ou outras e que podem ser ativados (os chamados seguros de proteção ao crédito).

Se só tiver um ou dois créditos pode renegociar caso a caso junto do seu banco. Se forem mais pode pedir ajuda a entidades como a DECO que prestam serviço de aconselhamento gratuito, através do gabinete de sobre-endividamento presente em várias localidades do país.
Quando apenas a renegociação da dívida não é suficiente para equilibrar as suas finanças pode sempre recorrer a um crédito consolidado cuja finalidade é juntar todos os seus créditos num único. Este produto bancário é oferecido por bancos e instituições financeiras e, normalmente, oferece taxas de juro inferiores às dos cartões de crédito e com um prazo mais alargado. Com este tipo crédito poderá reduzir bastante o valor das rendas mensais.

Se o empréstimo de que necessita para consolidação das suas dívidas for mais elevado poderá recorrer ao um crédito hipotecário, ou seja, pode dar um imóvel como garantia, mesmo que este já tenha uma primeira hipoteca. A vantagem é que os juros são ainda mais baixos.
Quase todas as pessoas são elegíveis a pedir a consolidação dos créditos desde que, segundo recomendação do Banco de Portugal a sua taxa de esforço não exceda os 40 %. Um calculo que lhe permite saber quanto gasta com empréstimos mensalmente.
Segundo as simulações da maioria dos bancos ou instituições financeiras com os créditos consolidados as reduções de prestações mensais podem chegar até 60%, um valor significativo que pode fazer a diferença nas suas finanças e evitar entrar em incumprimento, pois nessa fase será muito mais complicado equilibrar-se financeiramente.

 

Taxa de esforço – saiba o que é e como calcular

A taxa de esforço traduz a capacidade do agregado familiar de cumprir as responsabilidades assumidas com empréstimos. Esta fórmula permite aferir qual a percentagem do seu rendimento mensal que é utilizada para pagar encargos com créditos.

Para calcular a taxa de esforço utiliza-se a seguinte fórmula:

Taxa de esforço = (Encargos financeiros mensais / Rendimento) x 100

O cálculo da taxa de esforço é importante para o agregado perceber (após o cumprimento das obrigações mensais com créditos) qual a parcela do seu rendimento que está disponível para fazer face às despesas do dia a dia.
Para quem é casado, o rendimento total é a soma dos rendimentos do casal, ou seja, o rendimento do agregado familiar.
Regra geral, recomenda-se que a taxa de esforço não ultrapasse os 30%. No entanto, quando existe um crédito à habitação – considerando que se trata de um empréstimo de valor elevado – muitos bancos permitem que se chegue aos 40%.

 

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