GPS   ::  4 Fevereiro 2020

A Importância da Psicologia nas Decisões Económicas

As nossas escolhas estão mais ligadas à inteligência emocional do que aos conhecimentos de economia e dinheiro propriamente ditos. E é por isso que é tão importante compreender as motivações psicológicas por detrás das decisões que tomamos todos os dias.

Ao longo dos anos, vários especialistas tentaram verificar padrões para preverem melhor a postura das pessoas perante o dinheiro, a poupança, os investimentos e os imprevistos.

O conceito de neuroeconomia significa a negociação do cérebro com a razão e com a emoção nos momentos de investir, poupar e comprar.

Num estudo feito pela psicanalista brasileira Vera Rita de Mello Ferreira, doutorada em Psicologia Económica e autora de livros como “Decisões económicas – você já parou para pensar?” “Psicologia Económica – estudo do comportamento económico e da tomada de decisões”, ela refere dois tipos de funcionamento mental:

  • O imediatismo, alimentamos a ideia de que precisamos muito de determinado produto e usamos bons argumentos para justificar a sua compra;
  • O racional, quando se examinam as alternativas no plano geral. Aqui a pessoa vai procurar saber o que é melhor para si a longo prazo e pensa antes de agir.

É preciso ter calma para não ceder ao imediatismo, embora muita gente o faça porque ele ajuda a reduzir a ansiedade. É importante saber que emoção e razão são indissociáveis e que ambos interferem no processo de decisão.

Porém, as pessoas mais emotivas não ponderam tanto os prós e contras antes de adquirirem algo e, por isso, compram mais por impulso. E todos sabem que as compras por impulso nem sempre são as escolhas mais acertadas. Para se sair do desconforto passa-se por cima da parte de analisar com calma as alternativas.

Mas a maturidade que se vai desenvolvendo com a idade e com a experiência pode ajudar nesse sentido. É normal as pessoas errarem, mas cometerem o mesmo erro repetidamente pode ser considerado falta de maturidade, segundo a autora.

Nesse sentido, o auto-conhecimento leva a que se encare de frente os problemas e se encontrem alternativas realistas. Normalmente, as pessoas não gostam de pensar e de falar sobre economia, de refletir sobre a administração financeira e é por isso que normalmente surgem problemas.

Por exemplo, se um casal não reflete sobre as implicações de ter um filho ou sobre comprar uma casa, pode depois perceber da pior maneira que não tem condições de suportar tais despesas. Neste sentido, o planeamento é fundamental.

Teoria da Racionalidade Limitada

Herbert A. Simon, economista e prémio Nobel, refere que as decisões representam processos racionais que servem para encontrar a solução ideal, em função das informações disponíveis.

Simon refere que a maioria das pessoas é apenas parcialmente racional e que age por emoção irracional em grande parte das ações.

O equilíbrio entre razão e emoção, ou seja, entre o que as pessoas devem e querem fazer, é por isso fundamental para uma vida financeira saudável.

Objetos de estudo da Psicologia Económica 

  • Psicologia do dinheiro
  • Tomada de decisões
  • Socialização económica
  • Poupança
  • Endividamento
  • Justiça e igualdade
  • Consumo; inflação; desemprego; evasão fiscal; psicologia da pobreza; hábitos e muitos outros.
  • Economia Comportamental
  • Finanças Comportamentais
  • Socioeconomia
  • Psicologia do Consumidor

 

A informação contida neste artigo tem caráter meramente informativo, não devendo nem podendo desencadear ou justificar qualquer ação ou omissão, nem sustentar qualquer operação ou ainda substituir qualquer julgamento próprio dos leitores, sendo estes, por isso, inteiramente responsáveis pelos atos e omissões que pratiquem. O Banco BNI Europa declina, desde já, qualquer responsabilidade pelas decisões, ou pelos resultados que resultem, direta ou indiretamente, da utilização da informação contida neste artigo, independentemente da forma ou natureza que possam vir a revestir.