Provavelmente já ouviu falar em Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional, uma patologia ligada à baixa resistência ao stress no local de trabalho. Na tradução do inglês significa “queimar até ao fim” e é, literalmente, a tradução desta patologia porque as pessoas vão aos limites da sua condição física e mental por razões profissionais.
Parece algo passageiro ou simples, mas não é. Está até catalogado na “bíblia” das doenças psiquiátricas, o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, como um distúrbio psíquico. Foi abordado pela primeira vez em 1974 por um médico americano – Freudenberger- mas, nos dias de hoje, ganha cada vez mais expressão.
O Burnout é uma resposta à exposição ao stress laboral crónico, ao qual a pessoa deixa de conseguir responder adequadamente. Quem padece deste problema começa por se sentir inferiorizado e desmotivado no local de trabalho e essas sensações prejudicam o seu desempenho laboral, relacional e mesmo familiar.
Claramente que agravado pela crise e pela degradação das condições de trabalho ou a ameaça de perda do emprego, o Burnout aumentou considerávelmente em Portugal nos últimos anos. Segundo dados da Associação de Psicologia da Saúde Ocupacional, 17,3% dos trabalhadores portugueses sofriam desta patologia em 2016. Nesse mesmo ano, mais de 87% dos trabalhadores portugueses não se sentiam recompensados na sua atividade profissional e cerca de 86% relatavam situações de stress no trabalho.
Apesar de poder ser desencadeada em qualquer tipo de atividade, os profissionais de saúde, professores e profissionais de serviço social são os mais afetados, devido à responsabilidade e grau de exigência a que estão sujeitos no decorrer da sua actividade e ao maior envolvimento emocional.
Alguns sintomas do Burnout
- Sensação de cansaço constante
- Alterações de apetite
- Desmotivação e apatia
- Alteração do sono
- Fragilidade do sistema imunitário
- Dores de cabeça, lombares e musculares
- Sentimento de inutilidade
- Sentimento de fracasso
- Isolamento social
- Baixa produtividade
Situações que podem desencadear o Burnout
- Dificuldade em executar as tarefas solicitadas
- Carga horária excessiva
- Violência psicológica e física no local de trabalho
- Mau ambiente social entre colegas e chefias
- Sensação de pressão excessiva por parte das chefias
- Falta de vontade de trabalhar ou atrasos sucessivos
Formas de prevenção
- Clarifique os seus objetivos profissionais e pessoais
- Usufrua de atividades de lazer
- Saia da rotina e não pense só em trabalho
- Evite o contato com pessoas muito negativas
- Faça desporto ou um hobby de que goste
Como se combate o Burnout
Existem algumas terapêuticas referenciadas como forma de tratar o Burnout, mas o mais importante é procurar corrigir sempre os factores desencadeadores da situação de mal-estar. Não adianta tratar os sintomas se as condições de stress se mantiverem.
Portanto, se se sente numa situação semelhante à descrita, faça por mudar as suas condições de trabalho, os seus hábitos e estilo de vida.
Pode ainda recorrer à psicoterapia ou, no caso dos sintomas serem mais graves, a um psiquiatra. A atividade física regular e os exercícios de relaxamento ajudam bastante na resolução e prevenção destas situações.
Após diagnóstico médico, é importante que tire férias e desenvolva atividades de lazer junto dos seus familiares e amigos. Descanse e tente restabelecer o equilíbrio entre trabalho, lazer e família.
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