A Comunicação Não-Violenta (CNV) é um método, que foi desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, para ajudar a evitar conflitos pessoais e profissionais.
A CNV defende que o que nos distancia não é a divergência de ideias, mas a forma como expressamos a nossa opinião.
Num ambiente que estimule a competição e a agressividade, tendemos a ser mais agressivos. Já em ambientes amistosos, somos mais generosos e compreensivos.
Nesse sentido cada um pode fazer a diferença através da sua forma de comunicar.
Antes de aprender a usar a CNV, é importante identificar o que é uma Comunicação Violenta e analisar se, por vezes, entra neste tipo de confronto. Deixamos-lhe alguns exemplos.
- Apresentar pensamentos e opiniões como se fossem situações reais. Ex: “Eu sinto que tu não me entendes”; “Eu sinto que ela não gosta de mim”.
- Comunicar os nossos desejos em forma de exigência, insinuando retaliações caso eles não se concretizem. Ex: “Espero que entregues esses relatórios até sexta para não termos problemas mais sérios”.
- Fazer comparações de forma a inferiorizar ou julgar os outros. Ex: “O João é muito mais eficiente que tu, o que se passa?”
- Fazer generalizações a partir de situações específicas ou pontuais, de forma a criar uma imagem distorcida do todo. Ex: “Atrasada outra vez? Tu és muito desorganizada”.
- Fazer julgamentos moralizantes, no qual quem pensa diferente de nós está totalmente errado. Ex: “Se defendes esse partido político não podes ser boa pessoa”.
- Fazer-se de vítima e mostrar incapacidade de alterar a realidade, passando essa responsabilidade para os outros. Ex: “Só fiz isso porque não tinha opção”; “Eu queria ir, mas meu colega vai ficar chateado se eu for”.
- Usar palavras como sempre, frequentemente, nunca, jamais, raramente como verdades absolutas, que podem denegrir a imagem do outro. Ex: “Estás sempre atrasada”; “Eles nunca pedem desculpas”.
A comunicação violenta é um ataque ao outro que desencadeia uma reacção defensiva e fecha a porta ao diálogo. Por isso, deve ser evitada.
A estrutura da Comunicação Não-Violenta
- A observação (isenta de julgamento) – A observação é a declaração objetiva de uma situação. Essa observação não pode conter avaliações ou análises, é apenas uma descrição para contextualização dos envolvidos.
- Os sentimentos – Depois da observação, declaram-se os sentimentos que surgiram da situação.
- As necessidades – Após identificar os sentimentos, é o momento de expor quais necessidades não atendidas envolvidas na situação.
- O pedido – são expostos os pedidos para sanar as necessidades ou excluir os sentimentos negativos.
Exemplos de frases usando a estrutura da CNV
- Eu observei que tu não vais conseguir entregar o relatório dentro do prazo combinado (observação) , e isso me faz sentir preocupado e apreensivo (sentimento), porque é importante para mim que se cumpram os prazos (necessidade). O que podemos fazer para conseguires entregar esses relatórios até sexta? (pedido)
- Eu sinto-me inseguro hoje (sentimento), porque vou fazer uma apresentação para um grupo grande (observação). Preciso aumentar a minha confiança de que sei o conteúdo (necessidade). Poderias assistir a um ensaio meu e fazer algumas perguntas e sugestões? (pedido)
Eu suma, a CNV é uma comunicação assertiva e estruturada que passa por saber escutar as necessidades do outro, aceitá-las sem julgamento e encontrar formas de entendimento. A ideia não é que se anule, mas que da partilha de sentimentos de ambas as partes se chegue a uma situação de compromisso. Estar bem alinhado com o que se sente e pensa, ajudará sem dúvida neste processo e trará muito mais clareza e entendimento para a sua vida.
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